terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Saudações

Olá pessoal, saudações a tod@s, sempre faço uma visita ao blog e vejo que tem muita gente de féiras ainda, pois o blog está meio abandonadinho.
Espero que voltemos a postar imagens, pois foi uma das disciplinas que mais gostei, trabalhou com que mais gosto: filmes e fotos.
abraços a tod@s
Clarice

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

@solidão.com

Se alguém tiver um mínimo interesse, esse é um vídeo que eu roteirizei e editei (na verdade, fiz quase tudo, mas tive ajudas. hahahahahahaha). Foi um trabalho pra disciplina Educação, Cultura e Linguagens, da graduação em pedagogia. 


Por favor, se assistir, comente! Nada melhor do que ter uma produção comentada...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"Espetáculo da natureza!!!"

Escolhi esta imagem porque além de ser o pôr-do-sol mais lindo que já vi, vem bem a calhar com as discussões sobre o fundo de cena durante as aulas nesta disciplina.Aqui plano de fundo, fundo de cena e imagem em primeiro plano, bem como o jogo de luz nos permite discorrer e refletir sobre a imagem estagnada na fotografia em paralelo as reflexões feitas em sala de aula. Talvez se esta fotografia tivesse sido tirada ao amanhacer ou anoitecer, o fundo de cena composto pelas árvores que circundam o rio tivessem mais força de expressão, ou as luzes e a imponência do sol não fossem tão evidentes em primeiro plano.Mas o espetáculo iluminado do sol ao se pôr refletido
na água como um farol no espelho, anula toda e qualquer paisagem ao fundo...fazendo com que ao olhar esqueçamos da paisagem que aparece ao fundo!
Esta foto foi tirada durante uma pescaria no Mato Grosso, com a simples intenção de registrar a paisagem local e o magnífico espetáculo do nosso astro sol ao se deitar ao fim do dia...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Gente foi uma loucura essa história de escolher uma imagem, uma imagem como??? dentre várias??? Foram tantas, mas ao vê-las eu queria mais, eu queria escutá-las, sim isso mesmo eu queria uma imagem que gritasse comigo, que me trouxesse idéias e que a partir delas (idéias) eu pudesse reconstruí-las.
E então vamos fazer um exercício? Parem de ler este texto aqui e olhem para a imagem que escolhi, vocês sabem que lugar é este?
Esta fotografia é o Parlamento Alemão -Reichstag , utilizado em uma instalação dos artistas Christo e Jeane-Claude. A opção do fotografo pelo plano aberto com este céu limpo e azul ao fundo, pôs em destaque a imponência do Parlamento, mesmo que totalmente coberto e isso fica mais evidente ainda com a multidão que diante dele, parece um formigueiro.
Outro diálogo que tive com esta imagem foi baseada em o Triunfo da Vontade -Leni Riefenstahl. Acredito que não sei se consciente ou inconscientemente alguns elementos permaneceram em relação ao trabalho de Leni em 1936 e o trabalho deste fotográfo em Junho de 1995. Em Triunfo da Vontade vimos a marcante presença das bandeiras espalhadas pela cidade de Berlim impondo a presença de Hitler, vimos também a multidão
diante da personificação do poder encarnado em Hitler.
Ver essa imagem do Reichstag é como ver coberto o rosto de um país pela vergonha do mal que causaram ao mundo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Imagens da cidade de Paulínia - Sara



Caminhando pela avenida central da cidade de Paulínia, curtindo a experiência do “flâneur”, pude fotografar alguns cenários urbanos e resgatar muitas memórias de infância! Fui também imaginando como tudo por ali poderia estar muito diferente, se fossem realizados os projetos da Prefeitura de ”revitalização do centro”... Vou contar para vocês sobre este "drama urbano"!!
A Igreja São Bento (foto acima) é a mais antiga construção da cidade (1903), sendo um marco histórico para o município e também, alguns casarões próximos, tombados como patrimônio público. A administração pública anterior, conhecida por idealizar e, muitas vezes concretizar “obras faraônicas” na cidade, planejou a construção de um "manto de cristal" em forma de pirâmide asteca que cobriria o centro histórico da cidade, incluindo o Museu Municipal, a Casa do Padre, a Casa da Banda e a Igreja São Bento (todos os prédios que estiverem em um perímetro de um quarteirão e meio da igreja serão encobertos). Pelo projeto, a pirâmide será toda coberta por vidros, terá cerca de 20 metros de altura (o equivalente a um prédio de oito andares) e uma área de projeção no solo de 4,1 mil metros. A obra prevê ainda passarelas, mezaninos internos e um mirante no topo da edificação, que terá acesso por rampas e elevadores. (imagem do primeiro projeto)

A obra orçada em R$ 120 milhões foi iniciada com a derrubada parcial de dois casarões: a casa do primeiro farmacêutico da cidade e um barracão centenário, e geraram protestos por parte de moradores da cidade, políticos, religiosos e de uma ONG, a AMA - Paulínia que moveu uma ação na justiça, propondo a liminar que paralisou a obra. A prefeitura ainda recorre da decisão e também realizou algumas alterações no projeto: a pirâmide não vai mais cobrir a Igreja de São Bento, só os outros três prédios considerados históricos. Não assustem, apenas assistam ao vídeo da maquete eletrônica do projeto:
http://paulinia.net/2007/manto-de-cristal

Pensar a cidade: imagens reais e virtuais

Contemplar a cidade que moro, capturar e ser capturada nas paisagens e memórias urbanas revelam minha escolha. Lembrei-me dos documentários “Paisagem urbana” e “Fpolis Era” que retratam a história, o cenário urbano de Florianóplis, bem como o drama urbano e a resistência da população em relação ao aterro. Em Paulínia, o ex-prefeito alegava que “o manto de cristal é necessário para revitalizar o centro da cidade e, dessa forma, alavancar o comércio e o turismo, como também, resguardar as construções históricas da chuva, da corrosão, do ar poluído e danos acidentais.” Dá para entender? Será que a "revitalização urbana", não faz parte do processo histórico de higienização física e social das cidades, como discutimos em sala?
No vídeo, imagens produzidas, obra grandiosa, música contínua, legendas, remodelação urbana e um único personagem identificado na última cena: o busto de seu idealizador... Não lembra “O triunfo da vontade”?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


Tramideia III

Esta é uma das imagens que produzi para um trabalho desenvolvido junto com o amigo e artista plástico Gustavo Torrezan. Nossa proposta era contrapor a arquitetura urbana, plena de traço reto e contínuo, concreto, à ocupação orgânica de plantas que se apropriam de espaços dos quais foram expulsas e os transformam, impondo-lhes suas formas curvas, desordenadas em sua própria ordem.
Meu desafio ao analisar a fotografia (e mesmo ao produzi-la) é justamente entender de que forma consigo ou não provocar em outra pessoa o sentimento que me moveu ao criá-la e entender, ainda, quais outras sensações a imagem em si pode produzir em mim, já que não mais me pertence.
A foto é composta por um poste de energia em que há uma lâmpada de iluminação da rua e no qual há a convergência de muitos fios elétricos que cortam a imagem em diversos planos. O fundo é formado pelo céu quase totalmente branco que se confunde com dois prédios no canto inferior direito da imagem. Quase imperceptível, uma cruz denota que uma dessas construções é uma igreja.
Apesar de o registro ser colorido, a imagem apresenta pouca variação para além dos tons de preto: o suporte da lâmpada, em laranja, a igreja, de um bege sutil, e algumas partes do céu azul bastante claro.
Do lado inferior esquerdo há duas antenas de televisão, cuja visibilidade também é afetada pela claridade do registro.
Um dos fios elétricos é tomado por uma planta com caules finos e folhas escuras, que parecem surgir do canto direito, onde há maior volume de folhas, e seguir em direção ao poste, por onde começam a se espalhar para outros fios.
Penso que seja possível aplicar à imagem a noçar de studium e punctum, apresentadas por Roland Barthes em A Câmara Clara. Segundo ele, a imagem passa a existir para um indivíduo (a pessoa nota sua presença e com ela estabelece uma relação) quando da existência de elementos divergentes (dualidade). Entre eles se encontra o tema compartilhado pelo espectador, elemento cuja existência faz parte de seu universo cultural e que o faz se reconhecer naquela imagem. Esse é o studium, "que não quer dizer, pelo menos de imediato, 'estudo', mas a aplicação a uma coisa, o gosto por alguém, uma espécie de investimento geral, ardoroso, é verdade, mas sem aciudade particular" (p. 45). A contraposiçaõ ao que nos é familiar na imagem é estabelecida pelo punctum, o elemento que não precisamos buscar, já que ele vem até nós involuntariamente. Ele é como uma flecha que nos atinge, nos fere e nos mortifica. É o elemento "estranho" da fotografia.
Acredito que na imagem de que falo, o studium seja formados pelos elementos poste, lâmpada, fios, construções, e o punctum possa ser estabelecido pela dualidade entre a paisagem urbana específica da foto da qual foge a ideia de uma planta trepadeira em um poste de energia.
Minha maior questão, como criadora de imagem, é a infinita possibilidade de interpretação da fotografia, já que estive presente à cena e a registrei da forma como se apresenta. Para muitas pessoas não fica claro o fato de que a planta está escura porque está morta. A energia qdos fios em que se apoiou para crescer a eletrificou. Sabendo disso, o que me toma ao construir esse registro é a consciência de uma "luta" e de uma vida interrompidas pela estrutura criada para que não existissem. A paisagem que resta naquela cena me transmite a sensação de uma beleza fúnebre, porém cheia de vida.