segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Trabalho Final


Olá pessoal,

Pretendi com a postagem dessa imagem trazer um pouco a discussão sobre o que nós discutimos em sala de aula, a inteligência da imagem.

Muitas vezes dentro da sala de aula nós professores extremamentes acostumados a explicar todos os fatos, versões e detalhes nos esquecemos dessa inteligência e não deixamos que os próprios alunos interpretem as imagens , atitude importante para a formação de uma visão crítica e detalhista de um indivíduo.

Exemplo do que disse logo acima foi a atividade realizada com os alunos do sexto ano, antiga quinta-série.
Sendo muito influênciada pelas discussões realizadas com o nosso grupo as segundas-feiras coloquei na prova a imagem postada, sem grandes explicações e sem nenhum texto introdutório.

O meu objetivo claro, era tentar entender qual a inteligência da imagem compreendida pelos meus alunos. Estávamos em um momento anterior a essa avaliação discutindo o período da Revolução Verde, o que contextualizava a imagem, mas não achei que isso pudesse ser tão decisivo na resposta da prova, já que nenhuma imagem havia sido utilizada em sala de aula.

Na avaliação, seguida da imagem encontrávamos a seguinte frase "A figura acima mostra uma situação que impacta tanto no campo, quanto nas cidades. Discuta esse impacto"


Quase a maioria das crianças, de uma sala de 32 alunos apenas três não conseguiram realizar a atividades ,mas o restante da turma foi capaz de entender o que a imagem queria mostrar.


Através da análise das resposta foi possível perceber que alguns não associaram a imagem com a Revolução Verde, mas conseguiram sem nenhuma explicação, entender o processo pelo qual passa o campo brasileiro.


Essa atividade foi muito importante profissionalmente dizendo pois fechou o que começamos a estudar desde agosto. Confesso que a princípio entendia que deveríamos explicar as imagens, pausar os filmes e discutir as letras de músicas, mas saio com uma outra visão da imagem, aprendo que é possível educar o olho, mas não para olhar o que todos vêem, a massificação do entendimento, a aceitação do senso comum mas sim para o que a imagem esta mostrando e muitas vezes o que não esta.



2 comentários:

  1. Também gostei da imagem. Com poucos traços e sem cor ela nos remete a uma modernidade que traz benefícios a alguns e exclui outros de suas atividades cotidianas.

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  2. A linguagem do desenho tem esta peculiaridade: deixa na imagem apenas os traços escolhidos pelo autor, não tendo linhas de fuga tão frequentes como a fotografia que apresenta tanto o que são os traços escolhidos pelo autor quanto outros que também foram trazidos para a imagem, mas sem a intenção direta do autor. Neste caso, o desenho é também um esquema explicativo e por isto se assemelha muito às nossas estratégias docentes de explicar aos alunos um dado fenômeno ou conceito. Além do assunto Revolução Verde trazer entradas potentes no desenho, a oposição criada entre a parte de cima e a de baixo no próprio desenho facilita a interpretação do mesmo como sendo o de inserção da tecnologia e redução do trabalho tradicional (manual) no campo, gerando migração para a cidade (o que é evidenciado pelo caminhar do personagem de baixo para fora do quadro enquanto o outro, o de cima, está parado ali). Esta é a pedagogia desta imagem, que nos aponta como a leitura dela é feita pela relação entre as partes da própria imagem, e neste percurso de pensar as relações entre as partes é que ligamos seus elementos ao mundo para além dela, neste caso as aulas anteriores e a vida social brasileira.

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